A maior das impostoras

Ilustração minha.

Pensei nesse texto numa quinta-feira na sala de espera de uma consulta médica. Como boa impostora que sou, não estava com nenhum dos meus muitos caderninhos na bolsa e só anotei no bloco de notas do celular uma verdade que eu estou cansada de esconder: “eu sou a maior das impostoras”.

Comprei mais um caderninho há umas semanas, mesmo tendo dois em casa ainda não utilizados. O novo caderninho carrega em sua história uma compradora que alegou que ele era necessário porque sua capa era toda sombria e ela, que sou eu, queria escrever histórias de terror e suspense nele.

Impostora que sou, sei que eles continuam com suas folhas em branco e sem contar histórias não porque eu não escrevo, mas porque sei que nenhum dos meus contos e causos são bons o suficiente para preencher as páginas tão bonitinhas desses cadernos que compro nas feiras gráficas.

Impulsiva que sou nas minhas promessas, eu me comprometi a fazer textos semanais para o Medium, lançar uma newsletter, publicar um ebook, escrever um romance e ilustrar toda bobagem que eu escrever. Impostora que sou, mantenho tudo isso só no plano das ideias para que tudo continue como um devaneio.

Insegura que sou, desejo elogios, duvido do conteúdo deles e sinto cada silêncio de quem é próximo como uma ofensa e o apoio deles como algo que fazem só por gostarem de mim e não do meu trabalho.

Como boa impostora, eu vivo esperando o dia que as cortinas dos olhos alheios vão se abrir e finalmente verão que eu sou uma fraude. Como a maior das impostoras, cansei de esperar e sofrer com antecedência por isso e me assumo abertamente como uma trapaceira que tem como crime fingir que é boa em alguma coisa, por isso escrevo, posto e mostro para todo mundo toda essa bobagem.


Sou a maior das impostoras, mas não nego minhas referências. Então, eu não posso esquecer de contar para vocês que escrevi inspirada no nome e no primeiro texto da newsletter da Carol Marques. Assine aqui.


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Publicado por

Thaís Campolina

O que falta em tamanho sobra em atrevimento. Isso foi dito sobre um galinho garnisé numa revista Globo Rural dos anos 80, mas também serve pra mim.

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