
elas são trepidantes
vibram com o movimento
nada retilíneo nem uniforme
do ar e da saliva
nas cordas vocais
em um estalo da língua
elas se espatifam no bafo
produzindo um barulho
baixo médio alto altíssimo
dependendo da vizinhança
nem os cães com seus
ouvidos biônicos
sensíveis a qualquer
mini-estrondo
conseguem
escutar
elas saem da boca
como se fossem cogumelos cuspidos
pulando de finquete numa piscina
metade cheia metade vazia
depois do pulo
quem manda é atmosfera
ela pode destroçar um bom paraquedas
derramando pedaços pela casa inteira
ou fazer planar uma maçã
contra a gravidade
a palavra é sempre um risco
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esse post foi feito em comemoração ao Dia Mundial da Poesia. no Instagram você pode acessar uma versão mais visual desse trabalho.
Bela troca entre conteúdo metalinguístico e forma poética num só corpo e alma!
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Muito bom, poeta! Linda escrita!
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