Breves observações sobre um livro incomum

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“Pequena enciclopédia de seres comuns”, escrito por Maria Esther Maciel, ilustrado por Julia Panadés e editado pela Todavia, é um livro para quem gosta de contemplar e tem um interesse especial no singelo, no sensível e na natureza.

A cada página, o leitor encontra um verbete animal ou vegetal escrito de maneira criativa e poética, em um mix que une o olhar científico e as possibilidades do mundo inventado da linguagem.

Os verbetes seguem uma separação única que brinca com nomes e situações: primeiro as Marias, depois os Joões, sem esquecer das viúvas e viuvinhas e os seres híbridos e curiosos que em um mesmo nome unem espécies.

Em todas as partes da obra, encontramos plantas, aves, insetos, mamíferos, anfíbios, répteis e peixes que são categorizados juntos a partir de um outro tipo de semelhança, aquela que surge das infinitas possibilidades da nomeação.

Nesse sentido, chama a atenção as espécies inventadas, como a Maria-Vai-Com-as-Outras, o João Doidão e a Viuvinha-Humana, e a abordagem ambientalista que se apresenta de forma sutil nas descrições.

Durante essa manhã fria de domingo, enquanto lia essas páginas tomando sol e a partir da curiosidade e do encanto que o livro me trouxe, reencontrei a Thaís criança, essa menina que sempre brincou de observar animais e depois, ao chegar em casa, corria para anotar e desenhar tudo o que viu, como uma pesquisadora de campo que investiga todas as coisas sem registro. Eu brincava de fazer relatórios que mesclavam o lúdico e o biológico, catalogando a partir da minha percepção tudo que ia conhecendo e fantasiando, como esse livro nos encoraja a fazer ao incentivar um reencontro com um outro mundo ao nosso redor, esse mundo fascinante feito de detalhes, que só podem ser vistos por quem ainda é capaz de olhar por olhar. Esse mundo que tento recriar a partir da linguagem quando escrevo.

Esse post faz parte da série #domingodabanalidade, hashtag que uso para reunir comentários e mini resenhas sobre livros que combinam perfeitamente com esse dia da semana. No caso de “Pequena enciclopédia de seres comuns”, a recomendação vem junto com um belo conselho que dei no Instagram e reitero também aqui no blog: quando vocês estiverem com esse livro em mãos, não se esqueçam de intercalar palavras lidas e desenhos observados com pausas para contemplação do céu, do mato, dos bichos ou da sua própria memória ou imaginação. A leitura ficará ainda mais gostosa.

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