O que a pandemia tem a ver com feminismo?

Ou reflexões sobre mulheres, machismo e pandemia

Foto, feita por Marcha Noticias, de uma arte feita por Ailen Possamay inspirada numa famosa frase de Silvia Federici

Uma pandemia pode parecer um péssimo momento para falarmos sobre machismo, mas não é. A desigualdade, as opressões e os diversos fenômenos relacionados, todos já grandes conhecidos do período anterior ao isolamento social, agora se manifestam de maneira diferente, tornando a pandemia muitas vezes um intensificador de vulnerabilidades já existentes. Vulnerabilidades que agora parecem mais invisíveis, ainda que possivelmente mais intensas, e que tornam as discussões e as propostas de políticas públicas a respeito urgentes, visto que o isolamento, além de poder agravar certas situações, também afeta o acesso aos serviços essenciais de denúncia e a rotina pessoal de famílias.

A pandemia acentua os problemas sociais que a sociedade encarava até então como parte da normalidade. Os entregadores de aplicativos de delivery, por exemplo, já eram extremamente explorados antes e agora, com a pandemia, são vistos como um serviço essencial, mas continuam sendo pagos como se nada houvesse mudado. Ainda sem qualquer garantia de direito. Ainda como apenas um fator sem nome numa planilha de lucros que agradam acionistas. Com as mulheres não é muito diferente. A exploração do trabalho reprodutivo e doméstico já existia e agora, com muitas famílias em casa, a situação se intensificou. Especialmente nos lares com crianças e adolescentes, onde ainda há a cobrança de manter a rotina educativa e minimamente normalizada. Esse trabalho, ainda mais essencial agora, segue totalmente desvalorizado e ligado ao feminino, deixando mulheres exaustas com algo que poderia ser totalmente dividido, inclusive no quesito carga mental.

Um ótimo exemplo desse fenômeno é a matéria que saiu no site The Lily, que apresentou dados que mostram que durante a pandemia as mulheres têm enviado menos artigos científicos, enquanto homens estão enviando até 50% a mais. A sobrecarga do trabalho doméstico para as mulheres é um alívio para os homens que se comportam como se o trabalho doméstico e de cuidado não fosse responsabilidade deles. Eles lucram com essa vantagem, ainda que muitos consideram que dão uma mãozinha, porque eles, ajudando na louça ou não, saem na frente das mulheres que raramente vivem com alguém que divida tudo de forma igualitária.

O trabalho doméstico e reprodutivo segue considerado invisível, ignorado nos cálculos econômicos principais, enquanto a exploração, essencial para a manutenção do sistema, segue colocando homens, principalmente brancos, na frente. Nessa lógica, cabe às mulheres a obrigação de colocar a vida e o trabalho de seus parceiros como prioridade. Seguimos sempre acessórias.

Estar em casa é perceber que o trabalho doméstico não tem fim. Quando uma parte dele termina, como a finalização da lavagem de um banheiro, outra parte dele começa, enquanto a sujeira volta a se acumular. Todos sujam, poucas limpam, sendo esse um serviço sem fim, que deve ser feito a partir de cooperação, mas é colocado como um dever das mulheres que moram ali ou das profissionais de limpeza mesmo durante uma pandemia.

A desigualdade não se apresenta de maneira estanque. A mulher, dentro de uma família, é responsabilizada como a cuidadora do lar, dos filhos e dos demais doentes e vulneráveis, mas isso, no capitalismo, pode existir em outros formatos, como a contratação mal remunerada de babás, empregadas domésticas, faxineiras e cuidadoras. Se a pandemia fez mulheres como grupo geral trabalharem em dobro dentro de suas casas, ela atingiu de forma especial as mulheres que trabalham com limpeza, especialmente as que prestam serviços para hospitais, supermercados e farmácias ou para a casa de quem é egoísta demais para não dispensar, de maneira remunerada, a faxineira. Essas que são, geralmente, negras e pobres e tem como opção trabalhar ou trabalhar.

Ainda nesse sentido de trabalho e economia, é preciso ressaltar que grande parte dos profissionais de saúde, especialmente quando falamos de técnicos de enfermagem e enfermeiros, são mulheres. Fora as faxineiras, copeiras e atendentes que trabalham nos hospitais, supermercados e farmácias. Há uma certa feminilização de várias profissões que estão muito mais suscetíveis ao contágio, o que, além da possibilidade de contaminação e até morte, cria desafios especiais, inclusive financeiros, por causa da necessidade que essas profissionais possuem de se isolar de filhos e idosos que estão sob sua responsabilidade, sendo elas, muitas vezes, as únicas encarregadas pelo cuidado da família.

Outro ponto a ser levantado é que a informalidade atinge mulheres de uma maneira especial, o que contribui para a feminilização da pobreza e a gravidade dos impactos da Covid-19 no momento. Sendo esse fenômeno ligado ao fato de que o mercado de trabalho tende a ignorar mães como contratáveis e a ideia, ainda vigente, de pai de família provedor, que torna homens, ao menos na cabeça de muitos empregadores, mais importantes de serem mantidos como empregados em momentos de crise. Esse comportamento ainda é um padrão, mesmo quando as estatísticas apontam um número para lá de considerável de abandono paterno e famílias chefiadas por mulheres no Brasil e exista um entendimento, que embasa, inclusive, a previsão de regras específicas voltadas para mulheres nos benefícios sociais Bolsa Família e agora a Renda Emergencial, de que dinheiro nas mãos das mulheres ajuda a garantir a segurança alimentar das pessoas ao redor delas.

Toda essa questão econômica misturada com a crise sanitária tangencia um problema ainda mais grave: a violência doméstica. Com homens e mulheres dentro de casa em um contexto que envolve frustração, perda de poder econômico, pressões de todo tipo, dificuldade de acesso aos direitos básicos, medo e, claro, a ideia ainda vigente de que mulheres são inferiores, acessórias, devem obediência ou algo que significa isso aos homens, o número de denúncias de violência doméstica — e também divórcios, que podem pontuar desentendimentos comuns e saudáveis entre parceiros, mas também o fim de relacionamentos abusivos não denunciados — aumentou no mundo todo. Inclusive no Brasil.

O isolamento social intensifica pontos muito importantes quando falamos de violência familiar. Entre eles, merece destaque o fato de que relacionamentos já violentos, com essa proximidade forçada, podem se tornar ainda piores. Até porque a dificuldade de acesso aos serviços básicos de denúncia e atendimento pode ser encarada pelo agressor como uma possibilidade ainda maior de impunidade. A mulher, nessa situação, passa a viver numa espécie de cárcere privado com o seu agressor, o que pode dar um ritmo mais intenso ao ciclo da violência, bem em um momento em que o grupo de apoio dessa mulher não pode sequer perceber facilmente que algo está acontecendo. A vítima perde muito com essa falta de acesso ao mundo exterior: ela encontra obstáculos na hora de denunciar, se sente ainda mais solitária na situação, passa a considerar que não há para onde fugir e, muitas vezes, teme se afastar do lar, mesmo que por pouco tempo, e deixar o algoz junto com os filhos. O isolamento é um obstáculo para o pedido de ajuda. Especialmente quando o seu agressor mora com você.

O que antes separava a mulher da denúncia e a colocava numa situação de silêncio, aumentando a subnotificação, agora existe com um intensificador que envolve um isolamento que muitas vezes pode ser alienador. Nesse contexto, seria muito importante campanhas com a velha pegada do “em briga de marido e mulher, a gente mete a colher” para estimular vizinhos, amigos e familiares a denunciarem, caso suspeitassem de algo. Fora a criação de facilitadores de denúncia em ambientes como padarias, supermercados e até hospitais, como a França fez de acordo com essa matéria.*

O sofrimento das vítimas de violência doméstica não pode ser tratado como invisível, ainda que agora seja mais difícil perceber, por causa das paredes e das portas e janelas fechadas. Essa questão precisa ser encarada de frente. Só que com ou sem pandemia, o Brasil vive um momento em que questões como a violência contra a mulher são tratadas como sintomas de uma suposta degradação moral feminina ou até masculina. A agenda conservadora muitas vezes fala da violência dentro de relacionamentos como uma questão que surge por culpa da mulher ou simplesmente a simplifica, de maneira tola, e pega o que pode ser um desencadeador, como a frustração da perda financeira e o álcool, e coloca como culpados isolados, ignorando o vínculo desse tipo de agressão com o machismo e a misoginia.

A sensação é que o Estado parece ignorar que a situação atual, por ser diferente, precisa de respostas diferentes. Sendo que mesmo na antiga normalidade todo o sistema de proteção das mulheres era frágil demais. Serviços como o do aborto legal, que no Brasil existe voltado para casos de estupro, feto anencéfalo e risco de morte para gestante, sofreram tentativas de pausas em vários hospitais, sendo que nem os estupros e nem as gravidezes decorrentes deles pararam. Também nesse sentido, vale a pena refletir sobre a violência sexual e a possibilidade de aumento da subnotificação e piora ao acesso aos serviços de apoio e denúncia. Estupros maritais, que são parte da violência doméstica, podem ter crescido e o possível acesso facilitado pelo isolamento aos corpos de crianças e adolescentes que vivem com algum abusador é um fator importante a ser lembrado, principalmente porque a escola muitas vezes funciona como um local de possível amparo para muitas vítimas e agora esse contato, antes essencial, se acontece, é via computador e perto do possível agressor.

Os números atuais apontam para uma diminuição considerável de crimes relacionados com a ideia de segurança pública e um aumento daqueles crimes que estão centrados no lar, esse lugar, que apesar de ainda ser visto como um reino feminino, é também onde homens exercem seu poder, muitas vezes por meio da violência e do autoritarismo. Violência que também é voltada contra filhos, idosos e animais domésticos e que também reproduz lógicas como homofobia, lesbofobia e capacitismo.

A pandemia, apesar de ter mostrado a face solidária de muitas pessoas que hoje organizam ações diretas contra a fome e outras questões, infelizmente parece ter sido um catalisador das desigualdades já existentes. Um jovem negro, usando a máscara de pano na face, obrigatória em vários municípios brasileiros, teme levar um tiro da polícia, porque o racismo não tem pausa. Uma mulher, em total isolamento social, teme agora se contaminar e ver toda sua família doente, porque seu marido, seu pai ou seu irmão, seguem desrespeitando as regras de isolamento ainda que possam ficar em casa. Como comumente responsáveis pelo cuidado, a preocupação costuma ser maior entre as mulheres. E a frustração, tão desencadeadora de violência masculina, tende a ser mais perigosa para elas por ter tanta força e significado entre os homens.

Ao falar de pandemia e feminismo, especialmente quando temos Bolsonaro e Trump no poder, tudo que se relaciona com o poder masculino e sua relação com autoritarismo, negativa de fragilidade e negligência de cuidados parece ganhar destaque. Essa é masculinidade hegemônica, que ainda é colocada como admirada, e, infelizmente, imitada. É pela força, grosseria, indiferença, e completa falta de empatia que muitos homens se reafirmam como homens. E a casa parece ser o espaço mais acessível para muitos dos caras que ainda enxergam o mundo como deles se manifestarem e se validarem assim.

Até na negação da pandemia, há uma questão de gênero. Muitos homens se colocam como intocáveis até mesmo ao vírus. Muitos homens são incapazes de cuidar dos outros e de si mesmos e se negam a admitir que um vírus pode derrubá-los. Como se isso fosse uma manifestação de fraqueza impossível de caber nessa figura do macho que eles cultuam para si e para os outros. Pedir que eles ajam com cautela, higiene e sigam recomendações de saúde para proteger a coletividade é muito difícil, porque eles se consideram acima dela. Afinal, é isso que a masculinidade branca hegemônica ensina.

A antiga normalidade já é passado. O que vivemos agora é diferente e as políticas públicas e nossas discussões precisam levar isso em conta, até porque tudo indica que o mundo de antes não mais voltará, e agora é hora de trabalharmos o combate da desigualdade a fim de criar uma nova perspectiva. Uma perspectiva que não quer se acostumar em jogar esses problemas para debaixo do tapete só porque eles parecem menos visíveis agora. Uma perspectiva que cuida de quem cuida.

  • Nessa matéria, há uma lista de ações, virtuais ou presenciais, que têm ajudado mulheres em situação de violência doméstica. Se esse é o seu caso, saiba que uma vida sem violência é possível e conheça mais sobre essas políticas públicas, grupos de apoio e aplicativos de denúncia a partir do link.
  • Pessoalmente podemos amparar mulheres em relacionamento abusivo discorrendo sobre o assunto publicamente e de maneira geral e responsável para que essas mulheres, enquanto grupo, saibam que não estão sozinhas e que é possível viver uma vida sem violência. No caso de você conhecer uma possível vítima, ofereça de forma respeitosa apoio e atenção, ainda que virtualmente ou pelo telefone. Lembrando, sempre, que é preciso ter cuidado para não fazer com que a vítima se sinta envergonhada ou culpada pela situação. Mais dicas nessa thread da Anis Bioética.
  • Como já dizia Simone de Beauvoir, segundo relatos de feministas francesas e entrevista a Claudine Monteil em 1974, basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Agora temos a certeza que as crises sanitárias também entram nesse balaio. Segundo a Folha de São Paulo, no retorno à nova normalidade na Itália, organizações de pais e grupos de mulheres criticaram a ausência de alternativas para viabilizar a volta ao trabalho. Nesta semana (do dia 04/05), 75% dos que voltam a trabalhar são homens segundo um estudo com dados do Istat, evidenciando os impactos da economia do cuidado na vida das mulheres. Os homens voltam ao trabalho e as mulheres são obrigadas a ficar em casa para continuar fazendo o trabalho reprodutivo que segue invisível. Esse trabalho que encerra as mulheres em suas casas, não tem remuneração, nem valorização real e que tem tudo a ver com os papéis atribuídos aos gêneros.

Uma versão melhor desenvolvida desse texto saiu no livro “Pandemia e crises: percepções jurídicas e sociais”. Interessou? Acesse aqui.

Esforço imaginativo

Xiaolong Wong

No meio de uma conversa sobre desesperança, ansiedade e medo, minha amiga Mônica me disse que era necessário manter um esforço imaginativo de que tudo vai ficar bem. Ela disse que ouviu isso de um filósofo, mas eu já não me lembro o nome dele, se é que ela falou o nome dele. Agora isso não importa. O que fica é o que que ela quis dizer com isso: é preciso se iludir a respeito do futuro, imaginá-lo diferente, para que a gente consiga ver sentido em alguma coisa nessa realidade que nos proíbe, para nossa própria segurança e também a dos outros, de encontrar amigos e familiares e tornou abraços e beijos estalados na bochecha condutas quase proibidas. A permissividade de estar junto só existe para os que estão isolados com companhia. Somente os casados, os quase casados e as famílias ou repúblicas encerradas na própria casa possuem esse direito agora.

Acho que minha amiga quis dizer que a gente pode e deve sonhar que em fevereiro do ano que vem a gente vai viver o carnaval dos carnavais. O carnaval impossível em que eu não vou reclamar da multidão nenhuma vez sequer, mas ainda assim estarei cercada de gente, toque, calor, política, humor e fantasia. O carnaval que vai zombar do tempo. O carnaval que vai cantar e cantar e cantar até que todos cantarolem juntos de onde estiverem. O carnaval contra a desigualdade. O carnaval do desejo, da liberdade e do consentimento. O carnaval utópico. O carnaval que desafia as leis da física com todo mundo vivendo três dias estando em pelo menos dois lugares ao mesmo tempo. O carnaval do encontro. O carnaval-festa revolucionária que inicia uma nova realidade. O carnaval comunitário. O carnaval da conversa. O carnaval que cria novos e ainda melhores significados para o termo coletividade. O carnaval que eu realmente nunca ia querer ficar de fora. O carnaval-comunidade. O carnaval onde também tem lugar para sentar. E respirar aliviado.

Acho que a Mônica, eu e quase todo mundo quer acreditar que haverá um futuro de festa, de prazer, de alegria pura e simples. A gente não consegue imaginar a vida sem encontros, dos pequenos e cotidianos aos aglomerados e muito festivos. Ainda que eu seja uma pessoa de poucos abraços e interesse mínimo em aglomerações, eu quero poder estar perto. Eu quero o lúdico, a proximidade e um mucado de alegria compartilhada. Eu quero poder estar na rua e na casa das pessoas que eu amo. Circular, estar e permanecer até que eu queira seguir novamente para a casa. E eu não quero ser a única a poder fazer isso em segurança.

Deve ter, em algum lugar da realidade, uma fissura no tecido do tempo que nos permite sair do agora e ir para esse momento-espaço. Uma falha na matrix que ao ser descoberta nos torna capazes de parar de pensar em futuros tenebrosos e começar a construir alguma outra coisa. Essa coisa que para mim teria a energia do maior e melhor carnaval do mundo, esse descrito nas linhas acima, só que sem a quarta-feira de cinzas chegar para acabar com a festa. Essa coisa da utopia que a gente desaprendeu a imaginar depois de viver tantas e tantas crises. Essa coisa que une a imaginação e a ciência. Essa coisa que nos evoca o conforto do ronronar de um gato, do abanar de um rabo de cachorro, do sorriso de um bebê e da gargalhada da minha vó de 93 anos após ganhar mais uma partida de mexe-mexe. Essa coisa que mistura a energia do almoço especial com a família e a reunião de amigos repleta de pizzas. Essa coisa que se aproxima da sensação da endorfina tomando conta do nosso corpo. Essa coisa que nos deixa sem palavras e agora ainda é uma tela com alguns poucos rabiscos incertos feitos à lápis com muita vontade, mas zero inspiração. Talvez nos falte referências. Que a gente as encontre em algum lugar então.

Esse esforço imaginativo precisa ser hercúleo. Ele demanda uma dose responsável de afastamento da realidade difícil de fazer mesmo que como mero exercício criativo. Nos pede um certo desligamento momentâneo de nomes, rostos, corpos que agora lutam pela vida ou choram por uma que já se foi. Um turn off da ansiedade, do medo de morrer e da polícia sanitária interna que faz com que a gente sonhe que está usando luvas ao encostar em alguém. Uma permissão de pensar em outra coisa por alguns instantes, ainda que a necessidade de imaginar tenha a ver com o sonho de encontrar alguma solução. Esse esforço não é necessariamente egoísta e nem nega a realidade. Egoísta seria ver esse momento apenas como uma fuga individual dos próprios males ou algo assim. Egoísta é negar a gravidade da crise sanitária, econômica e política. Egoísta é sair de casa para participar de uma festinha na casa de uma amiga. Já esse esforço imaginativo é outra coisa. Ele é necessário. Não por autocuidado, mas porque esse é um exercício que ajuda a manter viva a esperança de alguma coisa, qualquer coisa, uma outra coisa, mesmo que desconhecida. Só na esperança compartilhada, ainda que tola, quase infantil, totalmente irrealista e cheia de glitter, que surge as ideias fantásticas que podem mudar o mundo. Nem que seja por um dia.

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