O peso de ser vista como um objeto sexual

Acervo pessoal — Foto do livro “Objeto sexual — Memórias de uma feminista”. Adquira o seu aqui.

Aos nove anos, ouvi um homem adulto completamente desconhecido mexer comigo enquanto eu andava de bicicleta na praça perto da minha casa. Eu não lembro o que ele disse, se eu entendi o que ele falou, só lembro que senti que ele me via como uma mulher. E que isso não era bom.

Enquanto crescia e essas situações se repetiam, eu percebia cada vez mais que ser vista como mulher era uma desvantagem. Era confuso, porque eu fui uma criança que pode jogar futebol, nadar, brincar na areia, que foi incentivada a ler, escrever e desenhar. Na escola, até passei por situações de meninos dizerem que eu, por ser menina, não podia fazer algo, mas eu encarava aquilo como uma rivalidade boba, não como algo que refletia uma sociedade que tentaria o tempo todo definir a minha existência como derivada da masculina.

Por ser uma menina que cresceu mais livre que a maioria, tornar mulher por muito tempo significou para mim apenas avançar idades, virar adulta, mas logo as primeiras experiências com a objetificação me mostraram que havia um fardo em pertencer ao sexo feminino.

Jessica Valenti, em seu livro “Objeto sexual — Memórias de uma feminista”, trabalha o impacto, inclusive psicológico, das mulheres serem tratadas como objetos durante toda a vida. Logo na introdução, a escritora questiona “Quem eu seria se não vivesse em um mundo que odeia as mulheres?” e afirma não conseguir encontrar uma resposta satisfatória e que há muito tempo vem guardando um luto por essa versão dela mesma que nunca existiu.

Ainda muito novas, as mulheres vivem experiências de assédio como as que relatei, de estupro e de ameaças. Muitas vezes, tais violências são naturalizadas em algum nível e colocadas como inevitáveis. Como se dá a construção de quem somos se a gente logo entende que essas experiências são comuns e provavelmente podem se repetir ao longo da vida?

Um homem faz comentários sobre a bunda de uma menina de dez anos. Outro, completo desconhecido, diz que ela é linda. O vizinho faz gestos sexuais para ela. Seus peitos em crescimento se tornam o assunto principal entre os meninos da sala. Ela ouve que tem que sentar direito porque os homens podem ficar olhando.

O que viver isso cotidianamente causa na gente? Como nossa personalidade se molda? Como todas essas experiências que envolvem objetificação afeta quem somos, como vamos reagir no futuro, como lidaremos com nossa sexualidade? Saberemos separar desejo de objetificação? Como esse medo se relaciona com o nosso desejo de sermos consideradas bonitas sendo que crescemos condicionadas a acreditar que a beleza é a mais importante das características que podemos ter?

A pergunta feita na introdução nos faz revirar nossas memórias, como eu fiz nos primeiros parágrafos desse texto, e também lembrar das histórias de nossas amigas, irmãs, mães e avós. Mas a gente não está sozinha nessa jornada de reflexão sobre o peso da misoginia, Jessica compartilha conosco um pouco da sua vida. Ela começa com um texto chamado “Linhagem de vítimas da violência”, o que tem tudo a ver com o sentimento que temos ao pensarmos no questionamento que Valenti levanta logo nas primeiras páginas. Somos várias reféns dessa dúvida.

A cada texto, a autora apresenta um recorte de sua vida. Infância, primeiras experiências sexuais, aborto, drogas, maternidade, carreira e universidade são alguns dos pontos que ela aborda, sempre sob a ótica de gênero. Durante essa viagem nas lembranças e reflexões da autora, a gente pensa o que poderia ser diferente na história dela, caso o mundo fosse outro.

Ser vista como um objeto sexual nos desumaniza. Nessa ótica, somos algo que existe para servir o outro, não nós mesmas, e o machismo que nos cerca tenta nos fazer acreditar que isso nos basta, que é isso que queremos. O impacto em nossas vidas de sermos consideradas coisas que causam desejo é algo que a gente não consegue mensurar bem, já que não são episódios isolados. É um todo que pode somar vários tipos de violência e que acaba por moldar quem somos.

Jessica Valenti criou o Feministing.com em 2004, uma época bem diferente do momento que vivemos hoje. A internet e as redes sociais se popularizaram e isso possibilitou que muitas mulheres tomassem conhecimento de suas vozes, compartilhassem suas histórias, ideias e descobrissem que não estão sozinhas contra a misoginia. Esse fenômeno continua e chegou até em Hollywood, mas as mulheres que falam publicamente e se colocam como pessoas e não mero objetos ainda recebem ataques. O foco de muitas dessas ofensas ainda é nossa aparência. Com isso, eles querem dizer que nem para objetos sexuais servimos. Eles não compreendem que a mudança começou e que a cada dia mais mulheres percebem que são gente, não coisa. Estamos em processo, a maioria de nós ainda precisa assimilar que nos bastamos e não precisamos de perseguir uma aprovação que se baseia num papel que mais parece um fardo. Um fardo que carregamos por gerações.


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Mulheres, poesia e a internet

Foto arquivo pessoal — A capa e as ilustrações do interior do livro foram feitas pela Laura Athayde — Adquira seu exemplar aqui.

se enganam os que não sabem
que a literatura também é uma arma

a mais carregada
a mais poderosa
tanto que os livros que um dia foram incendiados
ficaram — Ryane Leão

Seja na literatura ou nas artes plásticas, as mulheres nunca foram vistas como criadoras. Por séculos, fomos vistas ou como musas inspiradoras ou como mero suporte doméstico. Algumas poucas conseguiram o feito incrível de não serem apagadas na vida e na história e seus nomes são exceções em meio a tantos homens. Entre elas, Wang Zhenyi, uma erudita chinesa que nasceu em 1768 e escreveu poesias sobre injustiças, textos sobre trigonometria e explicações sobre eclipses, e a poeta e filósofa Christine de Pizan, italiana que nasceu 1363 e chamou atenção dos mecenas. Em seus escritos, Christine de Pizan teceu duras críticas ao machismo presente na literatura e defendeu a educação para as mulheres.

Por muito tempo, as mulheres fizeram parte da arte e da literatura através das gretinhas das portas e janelas da grande sala do cânone. Vez ou outra, uma conseguia passar por esses espaços minúsculos e adentrava na sala, sem, entretanto, ser vista como igual ao restante. Em pleno século XXI, a lógica masculina e branca segue em vigor. As gretas aumentaram de tamanho, mas ainda são apenas gretas. Nem mulheres e nem homens não brancos entram pela porta da frente, eles ainda precisam se espremer para conseguir passar pelos buracos e, enfim, entrar. Vez ou outra uma mulher branca consegue adentrar pulando a janela que alguém esqueceu aberta e logo tratam de dar um jeito de fechá-la pra ninguém mais conseguir invadir.

Recentemente, bem ao lado da grande sala do cânone, surgiu um outro espaço: a internet. Bem mais fácil que entrar que a salinha, as redes se tornaram uma maneira de expor trabalhos e conhecer novos artistas e escritores e hoje vivemos um momento de efervescência de mulheres que escrevem, principalmente poesia. Quem só entrava na salinha com sorte, esforço e através das frestas, começou a construir um novo espaço.

Rupi Kaur, Nayyirah Waheed, Ryane Leão e outras encontram nas redes sociais um público que buscava algo como o que elas fazem. Uma poesia certeira, apesar de curta, que fala sobre o que toca. Todas elas abordam questões que antes eram silenciadas de acordo com suas vivências e inspirações. A gente vive um momento na literatura que encoraja mulheres a dividirem o que sentem, pensam e passam. Uma onda de mulheres que se fortalecem na escrita e na voz umas das outras.


você me matou
mas não conseguiu
arrancar do meu peito
a minha vontade louca
de renascer — Ryane Leão

Com Tudo nela brilha e queima” nas mãos, percebi já na orelha que muitas poesias de Ryane Leão já eram grandes conhecidas minhas. Parte da minha timeline lê, compartilha, curte e comenta o trabalho da autora da página “Onde jazz meu coração”.

“Poemas de luta e amor” é o subtítulo do livro. Essa frase traduz muito da nossa época. A internet fez o feminismo e temas como relacionamento abusivo, cultura do estupro e autoestima feminina virarem assuntos comuns em conversas de mulheres. As poesias da autora são um convite para que a gente olhe para nós mesmas e servem como um guia para muitas conseguirem enxergar e nomear as dores causadas pelo machismo e até pelo racismo nas experiências atuais e do passado. Além disso, Ryane Leão, sendo lésbica, também conversa, ainda que muitas vezes de forma indireta, sobre essa temática, mostrando que luta e amor são questões que precisam ser levantadas por vieses não heterossexuais.

Os relacionamentos afetivos ainda são para muitas mulheres um espaço em que a violência, a discriminação e o preconceito passam batido por causa da naturalização. Fomos ensinadas que precisamos de um homem ao nosso lado, que nosso valor está no homem que conseguimos agarrar e que a gente precisa aceitar certas coisas para não ficarmos sozinhas. Ryane escreve contra essa naturalização e suas linhas servem como lembretes da importância da autoestima e da autonomia. Ela fala de amor e paixão, mas lembra seus leitores que o amor próprio também é algo a ser buscado.

A estrutura da poesia de Ryane é bem simples, o que pode incomodar os mais puristas, mas o que chama a atenção mesmo é a mensagem dela para as mulheres, especialmente as negras. Ela fala em ancestralidade, identidade, autocuidado, força, voz e empoderamento. Ela acredita na potência das leitoras mesmo sem conhecê-las e o sucesso do que ela escreve mostra que isso pode ser algo revolucionário para quem lê.

quando
me toco
descubro
minhas margens
desconstruo
minhas normas
desnudo meus
contornos

são meus dedos
fazendo a poesia
que leva meu nome
no título. — Ryane Leão


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Calibã e a bruxa: a transição para o capitalismo e sua relação com a perseguição das bruxas

Capa do livro — Arquivo Pessoal

Calibã e a bruxa, livro escrito pela historiadora feminista Silvia Federici, foi publicado pela primeira vez em 2004, mas somente ganhou sua versão em português treze anos depois com uma caprichosa edição feita pela Editora Elefante.

A obra expõe uma análise sobre a transição do feudalismo para o capitalismo sem ignorar a presença das mulheres durante esse período. Assim, representa um contraponto às narrativas predominantes, que encaram a história sem observar o impacto dos acontecimentos nas mulheres e as ações que contaram com a participação feminina.

Quando se estuda um período histórico sem observar a história das mulheres, há um apagamento delas enquanto parte da sociedade e isso resulta em análises falhas que ignoram momentos históricos cruciais. A caça às bruxas, suas motivações e tudo que aconteceu que serviu como base para esse ataque é um desses pontos que passaram batido por diversos estudiosos, incluindo Karl Marx e Foucault.

Silvia Federici apresenta informações sobre a história das mulheres, das lutas coletivas durante o feudalismo, da vida comunal e do controle do corpo pelo Estado que são essenciais para entender as transformações que o capitalismo trouxe, especialmente para as mulheres. A autora expõe como a caça às bruxas não foi algo que aconteceu simplesmente por causa das crenças de uma época, como alguns insistem em dizer, e consegue relacionar a perseguição e a morte das mulheres com a exploração do corpo feminino necessária para a construção do proletariado e para a manutenção da lógica capitalista.

O estudo feito nesse livro mostra a influência de momentos de desequilíbrio econômico e de crises demográficas, como a ocorrida durante a Peste Negra, nas leis e na política de terras e como essas mudanças institucionais e seus efeitos culminaram na caça às bruxas e, por fim, no controle estatal do corpo das mulheres ainda vigente hoje.

Silvia Federici sustenta em diversos trabalhos que o capitalismo se ampara na exploração do trabalho reprodutivo e de cuidado feito pelas mulheres de forma gratuita no seio de seus lares. Em Calibã e a bruxa, ela expõe como o aprofundamento da divisão entre homens e mulheres, a campanha de terror contra elas e a destruição da autonomia e o sequestro dos conhecimentos femininos sobre contracepção e parto foram pontos essenciais para a acumulação primitiva. Elas se tornaram as produtoras de mão de obra, num momento em que o corpo humano era a única máquina disponível, e todas as possíveis funções que elas poderiam assumir fora dessa lógica sofreram uma intensa desvalorização quando feitas por elas.

A institucionalização da violência contra as mulheres, a resistência feminina, o olhar masculino sobre elas e o controle estatal sobre a vida de todos foram os pontos que mais me chamaram a atenção durante a leitura. Essa obra é um mergulho na condição feminina na história e apresenta informações e argumentos essenciais para se entender a misoginia hoje. Sem esquecer, contudo, de analisar também a exploração dos povos originários da América, a escravatura e a colonização, enquanto processos capitalistas.


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O Conto da Aia: A sombra de um futuro distópico já vive entre nós

Imagem do livro — Acervo pessoal — Adquira seu exemplar aqui.

O livro “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, foi publicado pela primeira vez em 1985 e, após mais de trinta anos de seu lançamento, foi adaptado ao formato de seriado e se tornou uma febre mundial.

“Nenhuma bugiganga imaginária, nenhuma lei imaginária, nem atrocidades imaginárias. Deus está nos detalhes, é o que dizem. O diabo também” foi a regra que Atwood criou para si mesma para escrever esse livro. E talvez seja justamente essa possibilidade dos acontecimentos narrados na obra serem o futuro por, de forma isolada, aqueles fatos já terem existido ou ainda existirem, tenha tornado a obra icônica. Há um reconhecimento em comum, um lembrete que a questão não é só o medo do que vai vir, há muito daquele horror no presente e no passado.

Após um golpe contra o governo dos Estados Unidos, Gilead, uma teocracia de direitos muito limitada, é criada. Com os graus de fertilidade cada vez mais baixos devido a contaminação de águas, terras e afins, garantir a procriação da população passou a ser o principal argumento da necessidade de imposição de leis absurdas e, mais uma vez, a culpa da esterilidade ficou na conta só das mulheres.

Nessa nova sociedade, as mulheres tiveram seus direitos restringidos ao extremo e suas existências passaram a depender de um encaixe em uma das quatro atribuições disponíveis para elas, essas muito ligadas ao que é definido como feminino na sociedade que vivemos hoje.

As mulheres de Gilead podem ser Aias, Martas, Esposas ou Tias e cada um desses papéis têm um código de vestimenta restrito e com cores específicas que sinalizam seu status naquela sociedade, criando uma rivalidade entre elas. As mulheres que não se encaixam são vistas como “não mulheres” e são mandadas para trabalhar em campos de trabalho forçado, um destino de morte certa. Extermínio.

As mulheres em idade fértil que pariram em algum momento de suas vidas se tornam Aias, mulheres treinadas para engravidar, parir e amamentar um filho destinado ao Comandante e sua Esposa. Suas vestem parecem hábitos, são vermelhas e são acompanhadas de um chapéu branco que escondem seus rostos. As Esposas vestem azul, como Virgem Maria, e são mulheres inférteis casadas com os Comandantes. As Martas vestem verde e são responsáveis pelos trabalhos domésticos, enquanto as Tias têm a função de educar as Aias a servirem e usam marrom. Também há as econoesposas, as esposas de homens de classe mais baixa que a dos Comandantes, ponto pouco explorado do livro. Esses homens não têm o direito de possuir Aias, maior símbolo de status dessa sociedade.

A situação de todas as mulheres na República de Gilead é de privação de direitos, mas o lugar das Aias é o de um receptáculo controlado. Elas são um objeto de poder, por possuírem um útero fértil, esse signo de sua opressão. A história do livro é narrada por uma Aia. Seu nome verdadeiro é desconhecido, mas dentro do regime, ela é Offred, que significa “De Fred”.

A narrativa do livro é um fluxo de pensamentos da narradora-personagem. Ora a protagonista fala de suas memórias, para a gente entender como tudo era antes e quem ela foi um dia, ora fala das cerimônias, regras e rituais dessa teocracia. A personagem nos apresenta, com recortes, um mundo dominado pelo conservadorismo, sem liberdades individuais e baseado na misoginia, enquanto fala sobre seus sentimentos. Ela se apega ao passado para resistir ao presente. Lembrar de quem ela foi um dia, da filha que teve e de seu marido, é a maneira que ela encontrou de se manter com vontade de viver.

Apesar da história expor um mundo extremo, tudo ali parece possível como um desdobramento do mundo que vivemos por se basear numa opressão real e em acontecimentos e discursos derivados dela. A obra tenta nos mostrar a possibilidade daquilo vir a acontecer, especialmente quando ela traz à tona suas memórias sobre os acontecimentos que antecederam a instauração desse Estado totalitário e teocrático.

O Conto da Aia já foi traduzido para cerca de quarenta idiomas, foi adaptado para cinema e tema de um balé, de uma ópera e agora de uma série que ganhou muitas categorias do Emmy Awards 2017.

O controle do corpo das mulheres nunca deixou de ser pauta em qualquer lugar do mundo e é por isso que essa distopia se parece tão próxima de nós. E, nesses tempos, ainda mais. O mundo avança novamente para o domínio do conservadorismo. Nos EUA, Trump representa um retrocesso para todos grupos vulneráveis, incluindo mulheres e, no Brasil, a bancada fundamentalista domina o legislativo federal, estadual e até mesmo municipal.

A obra é um fenômeno atualmente por provocar reflexões sobre família, religião, Estado, violência, poder e papéis considerados como femininos num momento crucial de avanço de retrocessos.

Com a exposição de um regime baseado em controle, violência, ameaça e religião, o leitor cultiva em si a certeza da importância da desobediência. Offred desobedece ao não esquecer quem foi no passado e, nas lembranças de quem foi um dia, encontra a força necessária para continuar existindo. Enquanto o mundo retira sua humanidade, lembrar que ainda é um indivíduo é resistência.

“Alguns livros assombram o leitor. Outros assombram o autor. The Handmaid’s Tale fez os dois”, disse Atwood uma vez num artigo do The Guardian e tenho que concordar. O mundo de Gilead faz soar um alarme interior que serve como um alerta para os rumos autoritários e assustadores que estão sendo desenhados agora.

Mulheres se vestem de Aias hoje e saem para protestar contra o controle estatal de seus corpos e mostram como essa história se tornou símbolo da resistência feminista contra todas as formas de opressão.


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Obs: Durante a Virada Feminista Online pela Legalização do Aborto, fiz uma transmissão ao vivo no Ativismo de Sofá falando sobre o avanço do conservadorismo, a necessidade de resistência, livro/série “Conto da Aia” e o controle do corpo das mulheres. Quer ver o vídeo? Basta clicar aqui e dar play.